sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sair dos Bairros Sociais

50 mil portuenses vivem em bairros sociais. E não querem sair.
Este é o título de um artigo de Pedro Sales Dias, Publicado em 20 de Julho de 2010 no Semanário.
Duvido da veracidade das conclusões. Bem sei que o  Bairro de Francos ficou de fora do estudo.
Encontrei o CV misturado com o lixo de séculos, quando fui arrumar a garagem, e fiquei curiosa, aquilo não batia certo, parecia o do Courinha. Muito paleio de chacha na introdução, soa a falso, a intujisse, como se dizia na escola de Ramalde onde aprendi a ler e a escrever.
Aqui há gato, pensei. Mais tarde vim a saber que também há gata, daí as alergias, mas não é qualquer uma, até tem página no fb.
De leitura em leitura vim a saber como se pode sair de um bairro social, sem grandes problemas. As moradas são sempre iguais, Bairro de Francos, bloco 7, Entrada x, casa quarenta e tal.
Basta acrescentar o nome da Rua,  mudar o Bloco para lote, a entrada para número e a casa para apartamento, e já está : Rua Frederico qualquer coisa, já não me lembro, Lote 7, nº x, apartamento 40 e tal. Então se a casa for no ultimo andar até se pode passar a morar numa  penthouse.
E assim se vai subindo socialmente, isto na perspectiva de quem assim muda de casa, ou sai do bairro.
Eu nasci numa casa do bairro de Ramalde, casa 51, não é o da Câmara, é o do Estado. Vivi ali até aos 25 ou 26 anos. Morreu lá a minha avó, morreu-me lá a minha mãe.
Quando lá passo recordo-me sempre de algum instante da minha infância, do quintal, do baloiço que o meu me fez, das pombas, do Pinóquio, sei lá.
Home is the Place you Left, tenho pena de não ter comprado o livro, vou ver se o arranjo na Amazon, quem sabe.
 

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