quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De pinderica a emproada

De pinderica a emproada

1ª parte
Os sinais de pinderiquismo sao muito subjectivos. Os que eu valorizo aprendi-os em miuda, a ouvir os comentarios que as mais velhas teciam sobre terceiras que obviamente nao pertenciam ao seu circulo de amizades.
Pensando agora nisso, com uma distancia de cinquenta anos, mas de poucos quilometros, reconheço que nos proprias eramos umas verdadeiras pindericas, se analisadas a luz dos valores atuais. Mas isso nao interessa agora nada, nem vem ao caso.
O que era sinal de pinderiquismo ? atenção que nada tem a ver com pelintrice ou falta de dinheiro, porque nessa altura ele era muito pouco, mas nos nao davamos conta.
Em primeiro lugar : usar o cabelo a fabricanta. Isso queria dizer como as mulheres das fabricas, com o cabelo comprido, pelo meio das costas pelo menos e espigado (ai jesus, que politicamente incorreto !)
Em segundo lugar: nao ter modos a mesa. Isso queria dizer nao conversar com os comensais, começar a comer antes dos outros.
Em terceiro lugar : ir para a praia com uma toalha do quarto de banho.
Em quarto lugar : ter uma peça de roupa descosida ou com nodoas.
Em quinto lugar : quando em grupo, cochichar com uma pessoa.
E por ai adiante.
Estes sao alguns dos sinais patognomonicos de pinderiquismo que eu ainda uso, apesar do aparecimento de novas tecnologias que poderao ou nao facilitar o diagnostico.
Ha quem consiga passar de pinderica/o a emproada/o.
(continua no proximo numero)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Recordaçoes da Rua do Revilao



Rico serao, em casa da Elisa, com o Rui e a Manela do Rui. O Rui foi meu vizinho durante muitos anos, e so recentemente nos voltamos a encontrar.
Hoje foi um tal de recordar personagens da vizinhança, que nao vos digo nem vos conto.
Quer dizer, vamos dizer e contar, e ate ja planeamos uns encontros para registarmos essas memorias. Desde o Cino Mau e o Cino Bom, o Das Vaquinhas, o Siga a Mo, a Dicionario do Bairro, o Dom Caralho, os Soquinhos, a Micas Pimenta, o Ferreira da Pide, o Nequinha, as Palitas, sao tantos tantos e com tantas historias, que nem da para acreditar.
E depois a Esperancinha da loja de miudezas, o Sr Mateus da mercearia, o Sr Macedo sapateiro, a D. Saozinha dos deveres, a Srª Julia que era bruxa, o barbeiro que vivia na bouça, a Leninha que casou com o afilhado de guerra, o Valentim que tinha um carro vermelho, o filho da espanhola que casou com uma sueca, o pedofilo da esquina, e muitos outros, todos num raio de menos de 200 metros.
Amanha vou comprar um gravador e marcar outro serao !

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Misses

Leila Lopes foi eleita Miss Universo.
Isso fez-me lembrar uma noticia com alguns anos : a Princesinha do Pemba foi eleita Miss Bairro de Francos !

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carapins, pantufas e barretes no SNS

Alguns profissionais da saude estao a ficar muito ecleticos nos seus interesses. Bem sei que um medico que so sabe medicina nem medicina sabe.
Mas nesta epoca de crise, em que todos devemos contribuir para a recuperaçao do pais, haja algum decoro! Os Ministerios esperam mais dos senhores professores doutores, a ACSS existe para outras finalidades, o Hospital quer medicos dedicados, as Faculdades investiram muito na vossa formaçao! Por favor retribua! Carapins? Valha-me a Nossa Senhora da Angiotensina!
Em vez de actividade clinica, investigaçao cientifica, formaçao continua, workshops, aulas, cafe nos bares, cochichos nos corredores, conferencias medicas nos jardins, eu sei la mais o que podem e devem fazer e dizer que fazem durante as hora de trabalho, ainda ha quem queira, nas horas de serviço, aprender a fazer carapins!
Homens nao devem ser, que se algum houvesse com esse passatempo, ja teria corrido a noticia para fora desses tenebrosos corredores.
Restam as mulheres e os de sexo indefinido.
Inclino-me mais para este ultimo grupo, um pseudo hermafrodita feminino, impossibilitado de fazer carapins para os proprios filhos, com curiosidade sobre o que se passa na cabeça das pessoas de sexo feminino bem definido, e com vontade de saber como estas passam os seus tempos livres.
Como o meu tempo e pouco (que isto de ser mae e avo a tempo inteiro, sem exclusividade, acumulando com um contracto por tempo indefinido para outras actividades, dificulta a resposta atempada a alguns desafios ) mas como ia dizendo, quando tiver algum tempo e logo que tenha oportunidade, vou publicar a receita para os carapins que poderao fazer para os filhos dos outros, as pantufas que podem fazer para os maridos das outras, os barretes que podem fazer para si proprias.
Como sabem ja publiquei exemplos dos primeiros. Dos segundos nao sera preciso exemplificar, ja que varios tem entrado de pantufas noutros computadores fora da rede do ACCS, mas tambem acessiveis aos mesmos utilizadores. Dos ultimos, aconselho o seu uso apenas em jubas bem secas, ja que de outra forma lhes pode amolecer a queratina.

domingo, 18 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fleetwood Mac 1987 Little Lies

Tell me Lies

Ate que ponto deve a identificaçao ser exposta nos CV?
Com os erros dos outros vamos aprendendo. Tambem com os nossos e claro, mas isso e bem menos divertido.
Para que serve afinal a chamada Identificaçao, num CV ? Falo dos CV que tenho de ler, agora menos, que ja mereço repouso.
A meu ver nao serve para nada. Qual e o interesse de saber o nome da mae e do pai, ou o nº do BI ou do CC e todos esses pormenores que nao acrescentam nada aquilo que esta a ser avaliado?
Ja agora podia acrescentar o NIF, sempre da acesso a informaçao adicional, absolutamente irrelevante para o caso, ja que pouco interesse ha em saber se tem ou nao dividas ao fisco, quanto paga de IRS, se ainda o declara como casada/o se ja esta divorciada/o, sei la mais o que se podera com o NIF esclarecer.
Afinal um CV de um candidato a qualquer coisa numa prova publica, tambem e publico, ou nao?
Escarrapachando no CV, para alem do nome, a data do nascimento, a freguesia e concelho de naturalidade, o nome do pai e da mae, fica muita coisa destapada, sem necessidade nem interesse.
Bem, podera eventualmente ter interesse, nao para avaliar os conhecimentos do autor, mas para quem le ficar a saber mais alguma coisa, sempre se vai divertindo.... Isto no caso de os dados escritos serem verdadeiros, coisa que podera ser duvidosa no caso do/a autor/a ser habitualmente mitomano quando comunica de forma verbal, mas sempre e mais arriscado mentir num documento apresentado numa prova publica.
Afinal pode ser a afirmaçao publica de ter andado a mentir durante anos . Bem sei que nao e relevante saber se o Liceu foi feito no Maria lamas, ou em Luanda, se cresceu no hemisferio sul ou no norte, se viveu na rua de Cedofeita ou na Nove de Julho, ou Dezassete de Novembro, ou Primeiro de Janeiro...mas da para aferir com a informaçao previa fornecida verbal e informalmente, sem pensar que alguem com memoria de elefante viesse a ter acesso ao CV da tal prova publica.
E a morada? Isso entao e absolutamente dispensavel, e ate parece um convite a quem le, “passa la por casa, na sexta estou disponivel!”.